A impunidade começa a amedrontar as pessoas e a cingir o comércio legal. Veja o exemplo da post deste blogger em 16 de Março de 2009, sob o título Cidade sem leis. Quem a leu e acompanhou os jornais a partir de então pode reconhecer, no jornal Amazônia de 18 de março, uma matéria que dizia que outro comerciante, desta vez na Doca, fechava o seu estabelecimento por causa de assaltos e da violência.
Dizia o comerciante que não dava para enfrentar os prejuízos causados pelos assaltos. Quem se prejudica mais ainda com isso são os trabalhadores. E a exemplo do que se vê na rasteira dos acontecimentos, os trabalhadores não fazem marcha contra a bandidagem, que se instala tanto no congresso quanto nas favelas e ruas das cidades. Isso me lembra uma história antiga:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Lembra também uma parecida que venho a conhecer agora:
"Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores,
matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Maiakovski
E uma mais famosa, que todos devem conhecer, que corre solta na Internet, mas que poucos sabem a autoria:
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933
Hoje saiu a sentença do monstro austríaco: Prisão perpétua. Seus crimes: Sequestro, violação, escravatura, incesto e também homicídio pela morte de uma das sete crianças que este cidadão austríaco teve com a própria filha, que manteve encarcerada durante 24 anos na cave da residência onde vivia. Ele assim se pronunciou diante do juri: "Eu lamento do fundo do meu coração. Não posso mais consertar isso". A procuradoria retornou ao juri e disse: "Não se deixem enganar como a filha deste foi, há 24 anos"...
Como a procuradoria da Austria, eu convoco aos brasileiros a não deixarem ser enganados. Pois que quem mais sofre somos nós mesmos. Assim como os trabalhadores da loja fechada na Doca, ainda mais nestes tempos de crise, precisamos brigar pela manutenção dos poucos empregos que ainda podemos ter.
Porfim, lembrando a história de Brecht, manifestemo-nos, afim de evitar que, não sendo negros, desempregados, miseráveis ou operários, nos levem pois que "não havia ninguém mais para levar"
JUSTIÇA!!!
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