Desde segunda-feira os leitores do jornal Amazônia compram um jornal em novo formato tablóide. A mudança se deu sem nenhum aviso nos jornais do grupo ORM. O antigo formato ainda não pode ser considerado um fracasso, pois comporta mais informação do que a adaptação feita na segunda. Eu mesmo, leitor do jornal na condição de assinante, me assustei quando vi o jornal menor.
Os jornais no mundo afora estão reduzindo o tamanho ou mesmo demitindo jornalistas pois todos acham que o jornal em papel acabou. Modéstia à parte, acabou mesmo. Quem não assimilou isso está perdendo dinheiro. Porém o dinheiro que está perdendo o investidor dos jornais habituais sustentaria om jornalismo do século XXI, encontrado, por exemplo, na revista Veja. Ora, encontrar notícias na Internet é muito fácil. Qualquer pessoa de posse de uma máquina fotográfica e um pouco de memória pode descrever um fato. Os jornais de hoje só fazem isso: Descrever fatos. Os leitores estão cansados de ler notícias velhas. Querem algo novo! Jornais de hoje, em sua maioria, tomam 100% de suas páginas de noticiário, informações velhas, que já correram o mundo inteiro no dia anterior. Jornalismo novo é a síntese que, além de não correr o mundo antes de sua publicação, forma e informa o cidadão. Força o indivíduo a comprar jornais. Esse é o tipo de informação que vai exigir o fim do curso superior de Jornalismo. Ou delegar a este uma mera condição de "repórter de internet ou televisivo", algo imediatista assim.
Enquanto as pessoas ainda não verem que esta informação está disponível de graça na rede, o jornalismo habitual vai subexistir. Mas é cada vez maior o número de publicações que entregam o ouro de graça para o leitor. O Diário do Pará, por exemplo, poderia dar o seu jornal impresso no início da tarde para o leitor, pois as notícias, que não são novas de manhã, estão disponíveis em 100% no site, de graça. Não faz muito sentido cobrar apenas péla impressão no Papel...
Porém, voltando ao jornal das ORM, ainda não dá para saber o que vai acontecer ou se a mudança vaio para ficar. Se a mesma coisa vai acontecer com o jornal O Liberal ou ainda com o jornal Diário do Pará. Necessário mesmo é saber se eles vão entender que o jornalismo agora não é mais informativo. É investigativo. É opinativo. É mais formativo do que informativo. Informação agora só com a internet, que, aliás, já cumpre esse papel. Os portais já fazem o nome deles em cima disso. E o mundo vai viver uma nova revolução quando isso acontecer.
Agora, diga-se de passagem, nem o New York Times conseguiu fazer essa mudança. Mas talvez isso seja igual ao processo que levaram quando a cor chegou nas páginas daquele jornal.
A verdade: Se você tem um jornal e não entender isso, aproveite para reduzir seus custos para que sua morte não seja tão dolorosa. Informação pode ter. Mas dominada por opinião e de quem entende.
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