Hoje é um dia a se comemorar? Talvez não. A maioria dos políticos do congresso estuda acabar os valores em cascata que recebem, perfazendo um total de mais de R$ 100.000 por mês. Uma boa parcela deles simplesmente nos engana, dizendo contratar alguns coitados para a sua nota sair mais limpa. Porém, eles se fazem menos notados para poder fazerem o que quiserem com o dinheiro que escorre no cano dos impostos. Vejam o caso da vereadora Vanessa. Ainda que ela consiga se livrar do problema com a empregada para o seu gabinete pagando-lhe salário "milionário", ela vai passar uma vida inteira para se explicar para os eleitores. É provável que ela jamais se reeleja. O que fazer?
Outro exemplo dessa maldade está no hoje Deputado Federal Jáder Barbalho. Dono de um grupo de comunicações grande, Jáder alega que fez fortuna vendendo apostilas. Não questiono essa afirmação, mas ao se envolver em outro esquema, numa briga com o colega Senador ACM, perdeu a vaga lá na casa grande e veio parar na senzala. Hoje, é difícil ouvir falar no deputado.
Quem se envolve com esse tipo de delito perde alguma coisa na opinião Pública. A menos que eu esteja errado - e no dia de hoje pode ser que esteja -, aquele mesmo relator do caso do Castelo de R$ 25 milhões pode não se reeleger mais na próxima legislatura. Como não estamos muito distantes de um ano eleitoral para renovar Senado, Câmara, Assembléias Legislativas estaduais e governos, ele pode ser punido pela memória do eleitor. Quando associado com um politico que não se importa com o seu eleitorado, este logo muda de opção. Mas isso pode acontecer apenas na minha cabeça. Tomara eu que não. Se for só na minha cabeça, fica parecendo que o eleito chama o representado de otário - e fica por isso mesmo.
É triste ver que nossas instituições estão se tornando casas da mãe joana. Nenhuma escapa: Até mesmo o STF fica sob suspeição depois da declaração do agora ex-ministro Eros Grau, que disse que era 13 de forma explícita. Será que todos o são? E será que foram assim para proteger o presidente de um "Impeachment"? No estado do Pará, a covardia de enfrentar o governo natimorto que ora se impõe pela falta de competência, sobra incompetência dos dois lados. Pessoas morrem nas filas dos hospitais e ninguém se mexe para fazer nada. Ministério Público, Assembléia Legislativa, Oposição... Absolutamente ninguém parece fazer nada diante desse imbróglio com as pessoas, principalmente no Hospital Ofir Loyola, onde se espera que Deus salve os doentes... E parece que ninguém se mexe ainda assim... Com vida não se brinca!
Mais uma vez sobra para o povo. Sofre calado, mas não busca os seus direitos senão quando chora na frente das câmeras de TV diante do sofrimento de um familiar... A dor não lhes vai servir para nada. E outros continuarão mostrando que podem esperar outros governos serem eleitos. Já perdemos uma das sedes da Copa. Vamos perder o bonde da história, que vai passar selado mais uma vez apenas porque governos de esquerda são "bonzinhos" ou porque a crise econômica não comporta mais nenhuma outra eleição a tão pouco tempo assim de acabar o mandato do grupo político que se consome agora? O tempo urge e o estrago periga ser muito maior quando não houver mais chance de mudar antes de um sufrágio.
Em quatro anos, o endividamento do governo Estadual, que variava na lei de responsabilidade fiscal, pode estar impagável. Mas nem situação e nem oposição parecem ter interesse nisso. Um dos partidos de oposição parece estar sempre do lado da governadora. Basta vasculhar os blogs. Alguém precisa se mostrar que não está do lado da baderna, a bagunça do que se vê ai. Falta de respeito mesmo, dignidade, afeto, ética... Aliás, o que menos se vê nesses tempos é Ética.
Preciso me acalmar mais. Sei que estes tempos são difíceis e que mesmo que fizesse uma campanha por todo o Estado, não ganharia nem uma cadeira na mente das pessoas. Afinal, elas sabem o que estão passando. O problema é que elas sabem o que estão passando e parece que também não se interessam por isso.
Como disse a professora Joana D'Arc, em carta publicada no jornal O LIBERAL do último domingo: "Piedade, Deus, de mim".
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