quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Diflubenzuron. Mais uma!



Filosofia. Palavra originada do grego Φιλοσοφία (filosofia), que significa amor à sabedoria, estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Difere do sophos, pelo fato de a usar quem se julga maior que o conhecimento das coisas, as palavras. Segundo o dicionario Priberam, sofia é uma palavra que significa esperteza, habilidade. Num sentido mais amplo, usual ao que se comunica aqui, fala de "exprimir a noção de ciência e sabedoria".

O lado bom disso é que estamos falando de pessoas inteligentes, que não se contentam com o feijão com arroz diário, que nos fornecem governos, jornais, internet, pois o homem, desde que se reconheceu no espaço tempo busca o conhecimento com observações, pesquisas e experiências. Mas o lado ruim é que alguns, pela alegria que o conhecimento nos trás, se acham bons demais até para entender e compreender alguns passos da humanidade, mesmo aqueles que vieram cheios desses três fatores.

Antigamente se dividiam os seres entre sofistas e filósofos, além da população geral, que não sabia ou não tinha como buscar este conhecimento. Não vinham a ser arqui-inimigos, mas era como se existisse alguma animosidade entre eles, pois os primeiros julgavam tê-lo de berço, filhos que seriam dos Deuses enquanto que os outros viviam a busca de observações e descobertas. Na maior parte das vezes os sofistas estavam errados e os filósofos só sabiam que não sabiam de nada. Foi assim durante longos anos...

Desde que fiz publicar o informe do Diflubenzuron, tenho percebido o desconhecimento de muitos que, como os filósofos, buscam sabiamente a verdade sobre o inseticida larvicida, como é justo reconhecer. Porém, outros, temendo não ter a informação correta, julgam que a única forma de fazer valer a sua verve é taxando aqueles que escrevem de forma diversa da sua, apresentando uma verdade parcial que só existe naquelas fontes onde ele bebe.

A pesquisa exaustiva talvez leve a isto. Porém, nem sempre a verdade está no molho de seu tempero. A busca daquilo que é a verdadeira história a se contar geralmente esconde-se em pequenos frascos, e se acha depois de muita lenha queimada. Mesmo jornalistas mais aptos já passaram batidos em umas histórias que só deram resultado altas horas da noite. Uns perderam o bonda da história mesmo e não tiveram a chance de serem os primeiros a escrever sobre determinado assunto. Outros, no entanto, mesmo correndo o risco de perder o emprego, souberam esperar o momento ideal para encontrar o “X” da questão. E se deram muito bem.

A história mostra resultados excelentes de quem esperou seu tempo para brilhar: Quem nunca assistiu a história de Erin Brockovich traduzida no filme “Uma secretária de futuro”? Aquela é a história, romanceada é verdade, da hoje advogada do consumidor, que chegou a perder seu emprego em busca de uma história negligenciada, da qual muito se falou ser mentira. O dono do escritório onde ela trabalhava deve ter se arrependido tanto depois da história se confirmar... Pagou um preço demais salgado, porém merecido, pelo faro de sua assistente. E ela chegou a sofrer ameaças sérias, na vida real quanto no filme. 

Em 28 de outubro de 2009, fiz publicar neste mesmo espaço um texto que, originalmente, era do político César Maia, ex-prefeito e ex-governador do Rio de Janeiro, em seu ex-blog. A partir de então, recebi vários e-mails e muitos comentários, sendo aquela a nota com maior número de comentários em meu blog até hoje desde a sua criação. As notas sempre começam com um tom ameaçador, como "... se você soubesse escrever..." e por ai vai. As acusações sempre permeavam pela falta de apuro na hora de buscar as fontes corretas. E olhe que o pessoal demorou bastante para escrever as críticas naquele tom. Considerando a data da última postagem e o tom do “escrevinhador” desprovido de senso ou conhecimento, a postagem tem a data de 24 de junho de 2011, quase sete meses atrás.

O que fazer com uma pessoa que escreve “como pode tantas pessoas leigas no assunto, (sic) um tanto quanto ignorantes...”? Ele mesmo se inscreveu dentro dessa listagem que citou, “leigas” no assunto, pois que mesmo que se considere que ele trabalha em uma indústria farmacoquímica, como ele mesmo aponta, porque não afirmou que conhece química no nível adequado ou mesmo se ele trabalha diretamente na função pretendida para o discurso. Pior: Quando generaliza um fato como este está colocando que as outras pessoas, mesmo aquelas que escreveram contrárias ao que postei, também são leigas e estão escrevendo asneiras. Ele próprio escreve sem pensar nas consequências.

Um senhor, que mantém, inclusive, um blog a respeito do assunto, identificado como biólogo Carlos Simas, dá razão ao que escrevi aqui. Então quem estaria errado? Outro, que escreveu em resposta ao blog também mostra que algumas prefeituras estão trocando o agente Diflubenzuron por outro, antigo, por causa dos efeitos constatados em agentes da saúde na manipulação dos agentes da fórmula deste químico. Será que ele é imbecil, como escreveu aquele senhor de que falei no parágrafo anterior?

Na página da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA - era possível ler, na época em que publiquei este informe, que se tratava deste agente perigoso para a saúde humana. Então, como se trata de opinião pessoal emitida por outros leitores, a busca pela informação oficial do governo deveria ser levada em conta, certo? Não para muitos dos meus leitores. A opinião do governo poderia mudar, mas não o acerto deste “philósofo”, anterior à retificação do governo.

Mas o que dizer do próprio governo quando, através do Ministério da Agricultura, ele retifica esta retificação e diz que o veneno é perigoso para a pele humana, ratificando informação internacional do Diflubenzuron, de que não se pode haver contato físico nas regiões onde foi aplicado o remédio (ou no preparo de sua calda), exceto se com roupas especiais? No mínimo seria motivo para chamar as pessoas “deselegantes” que criticaram este blogger de incautas, pois não leram essencialmente os informes publicados ao redor do mundo, onde atestam a informação de perigo por permanecer em áreas onde foi aplicado o produto? Tudo bem que apresentem a preocupação por não ser perigoso para o toque depois do tempo dado pelos fabricantes na permanência no ambiente borrifado. Mas é só.

Pior que isso é defender o consumo deste veneno. Diz o leitor Paulo da Costa, que postou em 17 de abril de 2010: “até o momento apenas cinco compostos são autorizados para uso em água de consumo humano, dentre eles (sic), o Diflubenzuron”. O senhor Paulo, que publica esta informação, é um cidadão de extremo bom gosto. Ele segue um Blog, de fotografias antigas e atuais da cidade de Batatais, em São Paulo. É um site excelente de fonte de informação histórica. Quem quiser pode entrar no site da Prefeitura da cidade de Batatais ou neste, seguido pelo senhor Paulo. Defenda a arte, senhor, não o consumo dessa substância!

O atrito aparece quando as pessoas que escreveram como comentário a este blog dizem que devo “pegar a forma hemorrágica” da dengue, passando quinze dias colocando sangue por vários orifícios do meu corpo. O comentário grosseiro e arrogante parece do leitor que assinou no dia 08 de janeiro de 2011 com o nome de Frederico Boechat, agente ambiental em Itaperuna. Ele ainda acha que eu sou morador do Rio de Janeiro, porque menciona que vou pegar a tal “dengue” quando explodir no RJ. Não deve ser leitor assíduo do Blog, pois eu posto uma informação de nível nacional e várias de nível local. Ele ignora que, pelo fato de morar em uma cidade conhecida pelas chuvas, explode em casos de dengue nos meses úmidos. Não vou me rebaixar ao seu nível, pois deve ser um senhor humilhado pela doença que perdeu algumas batalhas para a forma hemorrágica da doença.

Tenho sido bastante cortês com meus leitores desde que comecei a escrever, nunca faltando com suas inteligências. Mesmo no desespero da concorrência, tenho sempre parcimônia nos assuntos abordados, pois sei que não posso aviltar aqueles que leem com frequência este blog ou aqueles que, como o senhor “Frederico” (será mesmo este o nome do missivista?), acessam o site vez ou outra. Tenho que tolerar suas tolerâncias e indelicadezas quando posto algo “paranormal” que lhes fuja o conhecimento.

A lógica sempre foi favorável àqueles que, antes de escrever, pesquisaram mais o assunto. Foi o caso de muitos que leram este tópico e nada postaram. Ou porque sabiam mais do que este blogger e não queriam dividir o conhecimento, ou porque não queriam entrar no mérito da questão por entender que não eram da área deles — e nada teriam a acrescentar. A estas pessoas eu digo: DIFLUBENZURON é uma substância que faz mal à saúde. Não deve, em hipótese alguma, ser ingerido ou inalado. São recomendações do próprio fabricante, assim como a recomendação de que não se entre nas áreas cultivadas em menos de 24h — este, outro detalhe esquecido pelas pessoas que postaram contrainformações.

Quem postou os fatos em oposição às minhas ideias procurou apenas confrontar a informação da ANVISA da época em que publiquei o texto e a que consta atualmente no site da Anvisa. A diferença entre publicar uma história nova, com fatos estudados e provados, e publicar outra, com apenas arremedos de verdade é grande, e beneficia muitos que procuram se informar. Mas pode trazer prejuízos àqueles que acreditam na primeira balela que encontram em um site qualquer. É o caso dos algozes que escreveram o que achavam correto apenas por divergir da minha versão. Para se enxergar esta diferença, basta ver que eu tive o cuidado de enviar aos incautos de plantão, que não acreditaram nas inverdades que publicaram meus acusadores, a versão oficial da Anvisa que atesta a minha verdade. Posso passar a quem mais tiver interesse, bastando para isso enviar e-mail pedindo a informação de fato. Mas, como alguns não se identificam e se abrem ao diálogo, não podemos pedir a versão deles. OU de que fonte eles beberam para publicar suas versões.

É interessante saber que eu escrevo e mostro a prova de que eu escrevo. Inclusive quando esta minha contraprova é atual, como o Ministério da Agricultura. Encher de provas, causar verborragia ou apresentar quem defenda as versões com princípios éticos e profissionais (como o biólogo ambiental Carlos Simas, que possui site e formação para defender qualquer um dos lados, como nesta postagem) não parece ser suficiente. Ao contrário do que publicaram alguns, pior do que ser infectado com a dengue do tipo hemorrágica é infectar-se com a falta de informação. A morte pode acontecer com muitos, bastando que, para isso, sejam acometidos de situações perigosas, como um acidente de carro ou uma doença mais séria. Não que a Dengue Hemorrágica não seja uma doença grave. Mas uma infecção medicamentosa também é.

Podemos gerir a informação de maneira mais democrática e menos grosseira. Podemos ser mais sofisticados e dizer que uma ou outra pessoa podem estar errados por isto ou por aquilo. Nunca podemos ser deselegantes tachando quem quer que seja de “imbecil” por qualquer razão que seja. Guardemos os comentários grosseiros, grotescos e insensatos para nós, de forma que possamos passar a nossa mensagem sem agredir os outros. Creio que meus leitores não se privarão da sua galhardia para comentar suas ideias ou sentimentos e passarão a mensagem que precisam passar.

Para quem não sabe, Diflubenzuron é um inseticida fisiológico que atua, como disse um desses meus leitores grosseiros, interferindo na deposição de quitina dos mosquitos. Esta informação já era disponível na época do meu primeiro comentário postado em 28 de outubro de 2009. Acontece que a Anvisa publicou relatório anunciando que a substância pertenceria ao grupo I — das substâncias extremamente tóxicas —, e eu postei o que postei depois de pesquisar vários sites. E se eu tivesse feito diferente, postando que não era mau, e a Anvisa não ter mudado sua posição sobre o medicamento? Pior: podia ser que estudos complementares poderiam mostrar que o elemento seria realmente perigoso — e dai eu estaria em sérios apuros.

Assim como o ovo, várias pesquisas estão fadadas a mudar a forma de pensar dos cientistas. Quem passou pelo banco de uma faculdade sabe que teses precisam ser bem fundadas em pesquisa, mas elas nunca esgotam um assunto, seja ele o que for. Mas uma pessoa pode encerrar uma discussão se ela simplesmente ignorar esse fato, partindo para a séria e desonesta agressão. Este é o caminho dos brutos. O dos inteligentes é apenas aumentar a discussão com fatos.

Quem leu a contestação “megafraude pseudo-científica” do dia 17 de novembro de 2010, contestada por um senhor, dos grandes gênios da atualidade, assíduo frequentador de banco de famosa faculdade norteamericana, pesquisador e físico, sabe do que estou falando. Mas se não leu, convém ler aqui.

Obrigado diletos leitores, amigos e amigas, e até os nem tão amigos assim, por ainda me aturarem nessa lida de pesquisa e leitura. Por me corrigirem quando a euforia for demasiada e eu descuidar de alguma publicação. Quando for infinitamente inferior ao tamanho do buraco que ela deveria causar e eu, cego, não ver. espero continuar contando com os diletos amigos para aperfeiçoar ainda mais este blog. Corrigindo e ratificando minhas posições, sempre. Mas, acima de tudo, postando a verdade, como ela deve ser.