domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ainda sobre o Diflubenzuron III

O Ministério da Saúde (MS) enviou a Sergipe esta semana representantes do Programa Nacional de Controle da Dengue para discutir a utilização de um novo larvicida. O produto apresentado é o Diflubenzuron, que substituirá o Temephos, atualmente usado pelos agentes de endemias de todo o estado. As reuniões acontecem até esta sexta-feira, 27, no auditório da Secretaria de Estado da Saúde (SES), e têm como público alvo técnicos de Itabaiana, Aracaju e região metropolitana.


Estado capacita laboratoristas na identificação de vetores de Dengue e Febre Amarela
A apresentação do novo produto já é na verdade uma espécie de treinamento, esclareceu a assessora técnica do programa, Ima Braga, que juntamente com a consultora do MS, Roberta Gomes Carvalho, explicou aos participantes do treinamento as características do Diflubenzuron, as diferenças existentes entre ele e o Temephos, como age no combate à larva do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, e como pode ser utilizado.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Endemias do Estado, Sidney Sá, a recomendação da troca do larvicida partiu do Ministério, com base em análises laboratoriais feitas nos últimos dois anos. Na capital e em Itabaiana foi detectada a resistência do vetor à ação do Temephos, por isso que eles estão sendo os primeiros municípios a receberem esse treinamento. A idéia é que, logo depois, eles já comecem a trabalhar com o Diflubenzuron, disse a bióloga.

Sidney acrescenta que a SES estendeu a convocação aos municípios da região metropolitana por conta da proximidade territorial com Aracaju e por possuírem um número considerável de imóveis. Numa etapa posterior e de forma gradativa, a gente vai discutir o assunto com as demais cidades sergipanas e, em parceria com o governo federal, promover capacitações para os técnicos de endemias dessas localidades, adiantou a coordenadora.

Em Aracaju, a Coordenação de Vigilância Epidemiológica do município já planeja capacitar, em abril, os cerca de 400 agentes de endemias atualmente em atividade. A previsão é que, a partir de maio, o Diflubenzuron comece a ser aplicado, mas antes vamos fazer um levantamento do índice de infestação do mosquito em todos os bairros da capital, informou Taíse Cavalcante, responsável pelas ações da Secretaria Municipal da Saúde no combate à dengue.

Diflubenzuron

O produto age como um controlador de crescimento de insetos. No caso do Aedes aegypti, ele inibe a formação da cutícula a pele das larvas, impedindo seu desenvolvimento. Depois que o Diflubenzuron é aplicado, elas têm dificuldades na mudança periódica de pele, conhecida como ecdise. A conseqüência disso é que a cutícula mal formada pode não conseguir dar suficiente suporte aos músculos do inseto, resultando na morte das larvas e cortando o ciclo da doença na fonte.

Biodegradável, o Diflubenzuron não é tóxico e, portanto, não causa qualquer dano ao meio ambiente. Trata-se de um produto avaliado pela OMS [Organização Mundial da Saúde] e registrado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], garantiu Ima Braga. Segundo ela, a recomendação pelo uso do Diflubenzuron vem sendo feita pelo Ministério da Saúde em diversas localidades do país. Atualmente, ele já é utilizado nos estados do Pará, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte e Minas Gerais, informou a assessora técnica do MS.

Ainda sobre o Diflubenzuron II

Houveram muitas manifestações sobre o tal DIFLUBENZURON. Chegaram a me chamar de "besta", porque eu era mestre em escrever besteiras. Porém, nota-se que mesmo pessoas que são da área não sabem o que falam. Ou elas ou a Anvisa, que deu informações técnicas para que tudo o que eu publiquei antes fosse tido como verdadeiro e aceitável como tal por uma agência do governo Brasileiro.

O estudo que eu publiquei ontem foi de uma Universidade americana, patrocinada por uma empresa da indústria. Mas o que vale para um país pode não valer para outro e o processo para o uso do DIFLUBENZURON (cujas mensagens chegaram até o meu e-mail como sendo de uma sigla DBZ) foi retomado pela ANVISA, que gerou um relatório que motivou essa discussão acalorada.

A versão do Diflubenzuron que entrou no Brasil é proveniente da China, segundo o relatório da Anvisa. A formulação do toxicológico é clara pela agência ao constatar o grau I (EXTREMAMENTE tóxico, conforme eu havia colocado anteriormente), logo mantenho exatamente tudo mo que eu havia postado anteriormente.

Aqueles que desejarem o informe oficial da Anvisa podem pesquisar no site http://www.anvisa.gov.br/toxicologia/atos/2008/junho_julho/informe_diflubenzuron250.pdf. Nunca se esqueçam de que o informa está em PDF e tem três páginas. Ele libera o uso para a comercialização, mas mostra que o produto é bastante tóxico e seu uso requer muitos cuidados.

Para quem não possui o Acrobat em seu computador, vou destacar, Ipsis Literis, alguns trechos importantes do informe, que a Anvisa fez publicar em 2008. Quem quiser baixar, acesse o site. Quem quiser pode me pedir que eu mando. Vou pesquisar mais até que não haja mais dúvidas quanto a este produto. Mas, por enquanto, vejam alguns destaques do relatório da Anvisa

14. Intervalo de Reentrada de Pessoas nas Culturas e Áreas Tratadas:

Não entre na área em que o produto foi aplicado antes da completa secagem da calda (no mínimo 24 horas após a aplicação). Caso necessite entrar antes desse período, utilizar macacão de algodão impermeável com mangas compridas passando por cima do punho das luvas e as pernas das calças por cima das botas; botas de borracha; máscara com filtro combinado (filtro químico contra vapores orgânicos e filtro mecânico classe P2); óculos de proteção; touca árabe e luvas de nitrila.
15. Modalidade de Aplicação: Pós-emergência das plantas infestantes - Pulverização Terrestre (equipamentos costais ou tratorizados) e Pulverização Aérea.


16. Classificação Toxicológica: Classe Toxicológica I – Extremamente Tóxico.

IMPORTADOR:
FMC QUÍMICA DO BRASIL LTDA

Av. Antônio Carlos Guillaumon, 25 – Distrito
Industrial III – CEP: 38001-970 – Uberaba – MG –
CNPJ: 04.136.367/0005-11 – Cadastro IMA nº
701-00203

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Ainda sobre o Diflubenzuron

Estes dias tenho recebido vários e-mails sobre a ação do pesticida “Diflubenzuron”, classificado em uma das minhas postagens anteriores como Toxicológica I, ou seja, extremamente tóxico, podendo, inclusive, gerar óbito.

Poucos os que escreveram no post daquele mesmo dia notaram a transcrição que fiz do fato. Logo, concordaram, embora não erroneamente, que eu havia incutido em erro da população com a publicação. Jornalisticamente, eu sou o coautor da matéria, por ser dono deste blog e permitir a publicação de uma informação com esta conotação.

Os comentários que li naquele mesmo post (http://semprecabe.blogspot.com/2009/10/diflubenzuron-que-diabos-e-isso.html) me levaram a crer que ninguém havia lido exatamente o que eu havia publicado, dando-se por convencidos de que a verdade estava aquem da minha compreensão, o que não era bem assim.

Mesmo depois de ter descontinuado este blog durante um tempo, recebi vários e-mails sobre o assunto, sem entender direito o que significavam. Como vinham endereçados a mim, resolvi empreender uma busca pelo termo "Diflubenzuron" na internet achando páginas de institutos médicos científicos que escreveram estudos sobre o tema, inclusive com suas implicações em humanos.

Em primeiro lugar, quero afirmar que se trata de um remédio tóxico, como o próprio site nos leva a entender. Logo, em última instância, eu estou certo. Porém, os estudos conduzidos por estes cientistas consideraram uma alimentação baseada em doses pequenas a moderadas do mesmo pesticida (entendam por PESTICIDA um remédio capaz de controlar pestes), sendo que o resultado alcançado pelos estudos chegaram a um grau de tolerância dos indivíduos pesquisados.

Ao entrar na página da Anvisa, não sei se por problemas em minha conexão ou por falhas na estrutura de internet da agência, não consegui encontrar nenhuma referência neste site sobre minha busca; Logo não posso publicar aqui nada a respeito a título de informação oficial do Governo brasileiro sobre o tema. Pelo menos não da forma como esperava publicar e agora, como estou fazendo aqui.

Quem puder, mais tarde, ao ler este mesmo blog, pode encaminhar à este poster ou escrever nos comentários a página onde retirou os comentários pertinentes na página da Agência de Vigilância Sanitária, corrigindo minha intenção de postar o estudo da mesma.

Ainda planejo encontrar mais coisa sobre o pesticida, porém, este é um estudo breve sobre o que eu encontrei em meus arquivos e o que encontrei na Internet. Vale dizer que, como o site está em inglês, a pesquisa deve ser empreendida por quem entende científicamente os resultados. Mas como início a pesquisa pode ser empreendida por qualquer um.

Entrem. E talvez reprovem o que eu escrevi no passado.
E também vale dizer que é um estudo encerrado em 1992.
Baseado em estudos da Universidade Cornell
Patrocinado pelo Northeastern IPM Center

http://pmep.cce.cornell.edu/profiles/extoxnet/dienochlor-glyphosate/diflubenzuron-ext.html