segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Feira do Livro teve até maconheiro

Feira do Livro, Belém. O dia foi 15 de novembro, data da Proclamação da República. Mas nem por isso o dia foi calmo para alguns, que tiveram como eneto principal da noite paraense a Feira do Livro. No Hangar, muitos corriam para ver as peripécias de Maurício de Souza, que estaria por lá com sua turma. Outros, entre jovens e idosos, pais e filhos, assistiam a um show de rock em um palco oinstalado do lado de fora da festa. Tinha gente no meio e do outro lado da pista da Brigadeiro Protássio. Até com cadeira de praia.

O medo da gente estranha naquela festa esquisita não me deixou bem. Os pés, cansados da caminhada vagarosa no meio de tantos que só atrapalhavam, tremiam. Não sabia se era melhor parar ou se melhor era prosseguir. Procurei um livro que, há tempos, não encontro: "Festa do Bode". Nem na tenda especializada no Perú encontrei. Ali, o vendedor logo me recobrara o nome, esquecido de tanta repetição: Mario Vargas Llosa. A história fala da Ditadura do "Bode" na América Central, República Dominicana. Tamanha era a fome de conhecer ditaduras, acabei por só procurar este, embora houvesse outros de Pedro Juan Gutierres, por exemplo, a denunciar a ditadura de Fidel em Cuba. Nada mais encontrando, fui-me embora.

Na saída, a gente estranha se prostrava do lado externo do local a assistir músicos que mais faziam barulho do que tocavam algo audível para a platéia. E para mim começava algo como uma "festa de bruxas", na qual eu só via perigo em continuar ali. Minha decisão de ir embora era irrevogável, embora duas crianças estivessem comigo e apelarem à minha justiça para lhes deixar seguirem na festa. Compramos duas pipocas e fomos embora. No caminho, o papo marcou o compasso de nossa caminhada. Moleques fumavam a erva maldita dos demônios, os olhos avermelhados e o cheiro forte denunciavam o prazer da maconha. Carros de polícia nem mesmo faziam questão de auferir ou de flagrar a afronta à lei. E a vida seguiu para quem continuaria ali. Mesmo os velhos pareciam nem notar o fato...

Cheguei em casa. Breve refeição, antes de seguir para o quarto, com os pés doloridos. E a sensação de que não aproveitei a feira. Pena. Também, eu mais assistia aos passos das crianças do que dava os meus próprios. Não podia desgrudar-lhes os olhos por medo do que os tarados locais poderiam fazer. Nunca se sabe mesmo o que eles pensam e nem como agem...

A feira ficou pra trás e eu segui. "Eles passarão. Eu passarinho".

Mas ainda tem horas que eu penso que não sou deste planeta...

3 comentários:

Anônimo disse...

Melhor a cada dia

layse d'oliveira disse...

Amor, adorei a postagem; mas compramos 4 pipocas e não duas ;)
Te amo

Bruno_Philósopho disse...

Remendado: Foram mesmo quatro. Havia esquecido das crianças. Tomara que isso não justifique a minha caça. Sendo assim, fico de mãos atadas!