Segundo a manchete do jornal Folha de São Paulo de hoje, o Brasil, diferentemente do que acredita o ministro Mantega, está em uma recessão normal, porém, as chances de ele continuar descendo a ladeira são mais remotas. Assim pensam os economistas Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central) e Delfim Neto (ex-ministro da Fazenda). Segundo estas mesmas personalidades, o país deve voltar a crescer no ano que vem. Ainda segundo o jornal, a queda no mercado mundial atingiu a cifra de 16%. Isso levou os investimentos a uma queda acentuada, de 12%O Brasil só se salvou mesmo pelo setor de Serviços (alta de 0,8%) o consumo das famílias (0,7%) e do temido aumento no gasto público (de módicos 0,6%).
O que esses números indicam? Que se a economia melhorar muito este ano podemos ter estagnação econômica. E se esses números se mantiverem desse jeito, ainda teremos um cenário ainda mais pessimista. Atrelado aos números do mercado mundial, o Brasil, assim como qualquer estado capitalista, depende muito do mercado para vender seus produtos. Mudanças na economia mundial nos afetam, sim, e estamos dependentes desses mercados. Não podemos simplesmente pensar em mudar o jogo porque isso afetaria de forma ainda mais catastrófica. Uma decisão insensata agora nos levaria ainda mais para o buraco do desemprego. Já estamos principiando viver uma guerra civil, pois as autoridades não dão à mínima para o cumprimento das leis. Já noticiei fato relevante aqui. Mais cedo ou mais tarde vocês verão que estou certo.
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No Ex-blog do César Maia:
K E N N E T H R O G O F F :
Americanos ficarão chocados
quando chegar fatura da crise!
Palestra em SP promovida pelo DEM, na segunda-feira, 08/06.
1) 2009 é um ponto de crise sem precedentes. Desde que o FMI começou a medir o crescimento mundial (1970) não temos um crescimento mundial negativo. O desemprego nos EUA vai atingir dois dígitos. Podemos voltar aos níveis anteriores "normais"? A taxa de poupança do EUA era de 12% em 1983. Em 2007 foi de -1%. Isso era normal? A Economia Americana teve um enfarte e, como infartado, tem que mudar hábitos. Não é possível manter os patamares anteriores de gasto.
2) É a primeira crise desde 1929 realmente global. A superação da crise está levando os EUA a níveis inacreditáveis de déficit, que levam a aumento de impostos ou inflação sem precedentes. Obama foi eleito com a promessa de mais gastos. Isso será um problema para ele. A conta do socorro aos bancos ainda não foi apresentada ao contribuinte americano. Ele ficará chocado quando receber a fatura.
3) Brasil: Em 2009 o Brasil deverá decrescer em 2%. No Brasil a recessão parece ser normal e não uma crise severa como nos EUA. Como problemas, o Brasil tem: o crescimento do governo, a perda do momento das reformas e a taxa de investimentos em apenas 11%.
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Ou seja, o momento está favorável para nós e ruim para os americanos, que, depois de um "proer" lá, agora terão que fazer mais cortes em sua estrutura estatal, permitindo menor gasto. Afinal, o cidadão americano tem horror a gastos dos quais ele não tem controle, que não sejam do seu estrito controle. Melhor que o gasto seja dele do que do Estado.
Para Armínio Fraga, papel do Banco Central mostra-se estritamente positivo. Mas mesmo assim isso não mudará o cenário lá adiante. "Aritiméticamente, não é impossível um PIB positivo este ano, mas não é o mais provável". Provavelmente, ele deve estar se referindo aos ajustes conseguidos na última década, com o governo FHC.
Seguimos em uma maré melhor do que a que estava quando entramos nessa crise. Lula, como sempre, deve sair melhor do que entrou. Afinal, alguém já disse que este é o presidente Teflon. Mas eu e você pagaremos a conta de qualquer insanidade...
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