sábado, 14 de fevereiro de 2009

JUSTIÇA SIGNIFICA VERDADE

Para você, leitor, o que é "Justiça"?

Vejo a justiça como a aplicação da punição aos culpados e a absolvição aos inocentes. Se você for um pouco vivo, saberá que, por esta lógica, Justiça deve ser a aplicação da lei de maneira a promovê-la. Numa aplicação mais profunda, eu diria que "aos justos lhe será dada. Por estes será feita".

Pois bem, onde está a justiça em emprestar um dinheiro que não lhe pertence e permanecer sem pagar esse credor? Até onde esperar que não haja a punição devida para esse tipo de delito? O que fazer ou a quem recorrer quando você está do lado do injustiçado?

Meus amigos, eu vivo um momento desses em minha lida. Preocupa-me a situação de quem usou de tal sordidez comigo em um momento em que eu estava mais provido de grana, prometendo cumprir com sua obrigação em momento oportuno. Creiam que, na oportunidade, dei o prazo que esta pessoa escolheu, arcando com as consequências de ter dado o empréstimo sem garantia nenhuma que não a palavra daquela pessoa.

Onde eu estive com a cabeça? Foi dinheiro à beça para mim, o salário de um mês inteiro. Como podia prescindir dele, não titubeei: Dei-o sob a garantia de um papel escrito a mão, onde constava a dívida. deveria tê-lo recebido dois meses depois de ter emprestado. Achei que não haveria problema, visto que era uma das pessoas mais limpas da empresa onde trabalhava. Aliás, o companheiro daquela pessoa chegou, pelo que eu soube à época, a ser um dos donos do negócio.

Antes de ter cometido esse deslise, emprestei outra soma à outra pessoa, uma que julgava ser meu amigo, desta vez com a garantia de um cheque. O valor era irrisório, chegava a apenas R$ 60. O problema foi quando resolvi sacar o cheque. Não tinha fundos. Não consegui nem reclamar cheque, mas depositei na conta. Nunca mais o vi de novo...

Houve uma época em que eu andei meio triste por conta desses galhos. Cheguei a fazer publicar a história do cheque em um jornal de Castanhal, onde eu trabalhava. Meu chefe disse que eu jamais deveria perder a confiança na humanidade, pois que era sempre assim, que eraalgo do homem. Acreditei. Todos estão passíveis de erro, afinal

Nunca me arrependi de acreditar na humanidade. Mesmo quando fui passado para trás, isso não me trazia motivos para deixar de acreditar que as pessoas podiam ser diferentes. Pelo contrário: A constituição do homem mostra que este é produto do DNA de seus pais pelo meio em que vive. Se este aceita a indecência, o descuido com o alheio, apenas este pode ser assim. Quanto ao que convive no meio da justiça, esse não verá com bons olhos a mágoa ao seu semelhante

Dai ocorreu um fato novo que ajuda a ilustrar essa matéria. Fui a um jornal que fica de fundos para a minha casa ontem. Queria transformar um arquivo que estava no meu pendrive em imagem. No intervalo da espera que meu amigo chegasse à redação, uma pessoa que trabalha na redação, uma mulher, desenvolvia suas funções. E havia outra pessoa que, salvo engano, exercia a mesma função. Ali estavam as duas quando, de repente, uma dá por falta de seu aparelho celular. Não aparecem culpados por uma eventual "brincadeira". Resolve-se, então, checar o CFTV da empresa. No vídeo, estava a brincadeira: A colega havia surrupiado o aparelho. E agora? Ouvi que a pessoa culpada tivera que pedir demissão. Ficaria feio ser demitida por justa causa. Pior: Nesses tempos de escassês de empregos, ficarsem trabalhar é uma coisa muito ruim...

A única coisa que explica certas atitudes é a liberdade. Quando se lhe é dada à outrem, este pode achar que o melhor caminho para uma brincadeira de mau gosto como esta é cometê-la, com a desculpa de que nada acontecerá. Já aqueles que acreditam que nem toda a liberdade do mundo pode dar guarita para estas coisas, então até quando recebe um mimo de presente, este acha errado e torna a devolver.

É, meus amigos. Como tenho apenas material de que tratei na primeira (não tenho mais o objeto de que tratei na segunda), acho que a minha saída é tratar o devedor (ou devedora, no caso), em um tribunal. Como no exemplo do jornal, basta tratar a justiça como o órgão competente para dirimir os fatos e apontar soluções. Visto que eu tratei de resolver tudo de forma amigável, enviando seguidos pedidos de pagamento para a pessoa em questão, não obtendo quitação do referido débito (já tem 3 anos), só posso recorrer à justiça. É ela que, em última instância, certificará a pessoa a pagar ou eliminará o débito de forma a satisfazer não o meu ego, mas a verdade. E a verdade é que ela me deve pelo menos uns 600 mangos...

Aliás, Justiça, meus catos, quer dizer exatamente isso: A VERDADE!

3 comentários:

Bruno_Philósopho disse...

“A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.

A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Discurso bastante atual nos dias de hoje e que cai justo como uma luva a este post. Enquanto prosperar a injustiça nesta terra, seremos pobres.

Anônimo disse...

Detalhe: Nem precisa falar para saber a autoria desta citação: Rui Barbosa. Visto que ele não me sai da cabeça, como estava em conformidade com este post, citei-o sem dar-lhe o devido crédito. Vai agora por ai.

Arthur Almeida disse...

Thales, seu tratante...
foi lá no picolé de pupunha, me deixou ameaças e agora nem aparece por lá.

hehehehe..
grande Thales,
Obrigado pela lembrança e pela força. vamos manter contato. Vai responder as coisas por lá!
Arthur Almeida