Extraído do Ex-blog de hoje
A esquerda e os nacionalistas-desenvolvimentistas, como a Cepal dos anos 50, sublinhavam seu diagnóstico dos males dos países latino-americanos no comércio exterior. Os países da América Latina, Brasil entre eles, eram simples e dependentes, exportadores de produtos primários e importadores de produtos manufaturados. E essa era a coluna vertebral da dependência. Como remédio, indicavam a substituição de importações e o nacionalismo econômico com barreiras à entrada de importados.
Paradoxalmente, essa situação se inverteu em relação aos EUA, mas se acentuou exponencialmente em relação à China. O economista Alexandre Schwartsman, em artigo na Folha de SP (16), atualiza os números das relações comerciais externas do Brasil. Em 2009, pela primeira vez desde 1979, a exportação de produtos primários superou a de manufaturados. Mas ele diz que isso não se sustentará.
Lembra que as grandes economias -UE, EUA, Japão e China- que representam 50% das exportações do Brasil, metade delas é de produtos primários e 35% de manufaturados. Mas uma análise por dentro dessas exportações mostra que para os EUA os manufaturados representam 61% de nossas exportações. Porém, para a China os produtos primários representam 80% de nossas exportações. Isso mesmo: 80%.
A valer o diagnóstico clássico de nacionalistas e da esquerda, o Brasil se tornou periferia da China, exportador de produtos primários numa proporção de fazer inveja ao final do período colonial e certamente o período pós colonial. Periferia da China, construída durante um governo que se diz de esquerda e nacionalista e numa tendência em relação a qual só há sinais de agravamento. China é hoje o mais importante destino de nossas exportações..., periféricas.
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