sábado, 23 de maio de 2009

Imbróglio no conjunto do Basa

Belém, assim como qualquer grande cidade no mundo, vive um problema de falta de vias de escoamento do tráfego. Esse fato gerou a necessidade de se abrir a avenida 25 de Setembro (o que era um zigue-zague vai se tornar uma pista dupla) e o prolongamento da João Paulo II. Ontem, chegou a vez de se abrir a continuação da Tavares Bastos, via que dá acesso ao conjunto do Basa. O problema é que, assim como os moradores da 25 de Setembro, os do conjunto do basa não querem que a prefeitura abra as vias de acesso do conjunto ao tráfego de veículos. Dizem que ficarão sem a segurança de saber quem está dentro do conjunto, das áreas de lazer. E a cidade parece estar contra eles. TODA ELA.

Os moradores criaram uma espécie de muralha humana em que não dava para entrar ninguém. Mas a ordem para que as máquinas entrassem vinha da Justiça Federal. Não podia ser descumprida. Só que os moradores alegam que não foram ouvidos. A questão é: A entrada do conjunto foi demolida. O muro dos fundos também. Já não estão mais seguros, portanto. Porém, segurança é um tema que não cabe em Belém. Nem um pórtico e nem um muro impedirão um assalto. Impedem o tráfego, é certo. Só isso!

O imbróglio criado com a obra da Prefeitura foi tamanho que mesmo gente que nem mesmo morava na área se envolveu em confusão. Para evitar o fluxo de carros, um transeunte chegou a quebrar o vidro dianteiro de um coletivo. Tudo levava a crer que ele era morador do conjunto e que encontrava revoltado com a situação. Logo descobriu-se que ele procurava encriminar algum outro residente daquele trecho. Segundo informações que colhi durante o dia de ontem, o cidadão já foi identificado e será processado, além de ter que arcar com o prejuízo do vidro quebrado.

No TV, a questão é outra que gera ainda mais raiva entre os que defendem a abertura do conjunto. Não se sabe de onde partiu a agressão aos profissionais da TV LIBERAL, que estava no local. Cheguei a ouvir que se tratava de profissionais de outro grupo de comunicação, incitando para a violência gratuita, mas posso ter escutado mais do que realmente se falou no momento. Outras emissoras só divulgaram uma parte da história, o que contribui para a parcialidade dos meios de comunicação. As partes envolvidas tem o direito de se manifestar. O público em geral que não esteve ou se fez presente tem o direito de saber a verdade. Mas, ainda assim, tem gente que acha que é o dono da verdade. Nessa hora alguém falou que a equipe da TV LIBERAL era "parcial", ou seja, o resultado da filmagem seria tendenciosa. Não quero defender a TV dos Maiorana, mas preciso afirmar: Fatos são fatos. E o julgamento é a regra de que "contra fatos não há argumentos".

Há casos em que até se permite que esta ou aquela emissora de TV defenda a sua sardinha. Helder Barbalho, em Ananindeua, pode pedir que a rede de TV de seu pai não faça matérias cobrindo a saúde do município, deixando a "porrada" para Belém, que está nas mãos da Oposição. No caso da outra emissora, o fato se justifica pela ligação familiar do administrador do município com o dono do jornal, ambos da mesma família. Mas e quando o fato não envolve nenhuma disputa política? Convém defender o povo, com isenção. Mostrar os dois lados da moeda, sem puxar a brasa para nenhum dos lados. Isso se chama liberdade e igualdade. Nenhum dos dois lados pode ficar chateado, porque não se defendeu uma pessoa ou um grupo. Se defendeu a verdade. E a verdade está nos fatos.

Certa vez estive na RBA quando trabalhei para um jornal que era publicado lá, no Diário do Pará. visitei uma das salas onde se fazia a edição de uma filmagem. Os VJ's não simplesmente cortavam uma matéria com o fim de beneficiar este ou aquele grupo, mas com a finalidade de adequar a matéria ao espaço cedido pelo editor, assim como se faz em um jornal impresso. Nesses casos, o que pode haver é uma maior cobertura de uma história, descobrir segredos, cobrir o sofrimento da população, enfim, falar sobre o que ocorre em um ponto e outro. Não se justifica alguém falar em "imprensa tendenciosa". Tendência, no caso, seria não informar. Dá meia verdade, e meia verdade, é uma mentira inteira.

É vergonhoso, então, o que se fez aos jornalistas da TV, seja ela qual fosse. Não apareceu um na imprensa que defendesse a verdade, a menos a OAB, Sinjor e Associação dos Moradores do Conjunto do Basa. O resto preferiu, como um costume de um homem das cavernas (aliás, começo a achar que a expressão 'homem das cavernas' advém de Platão), ignorar o diálogo. Vergonhoso e repreensível.

Este final de semana prometo apurar melhor as informações sobre o profissional que estava atiçando algumas pessoas no local para que agredissem a equipe de reportagem da TV LIBERAL. E prometo das os nomes aos bois. Afinal, ninguém deveria ter medo da verdade.

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