domingo, 28 de junho de 2009

Riquesa, pobresa... Avareza!

Michel era realmente um cidadão extravagante. Tinha certos desejos que não são possíveis de se conceber. Antes de dar o suspiro final, vivia como se não fosse necessário envelhecer: era uma verdadeira criança. Nos momentos de sua vida que estão escondidos da maioria do público, uma pomada provocou a mudança de tom em sua pele — do preto, tornou-se branco. Desconfio que nesta história há muito mais coisa escondida entre os céus e a Terra do que julgo em minha vã filosofia (parafraseando Shakespeare).

Não há sombra de dúvidas de que Michael tivesse vivido lutando contra seu passado. Do menino pobre da periferia, cresceu no meio do luxo, da imponência, do sonho. Queria ser maior do que ele podia. Dava passos mais largos que as pernas. Prova disso foram as dívidas extratosféricas que adquiriu e do qual, não fosse a morte lhe pedir passagem, ainda estaria devendo. Parte de tudo o que ele deixou terá que ser vendido para pagar tudo o que deve, uma vez que ele (o espólio) não terá a falência decretada. Isso sem contar com os shows que provavelmente teria chegado a fazer neste meio tempo entre a relargada de sua vida e a queda.

Michael era realmente grande. Mas não tinha condições de sê-lo por muito mais tempo se ainda continuasse vivo. A morte tende a premiar alguns. Michael vai viver dando lucro para os que ficarem tomando conta dos seus direitos póstumos. Na Grã-Bretania, já está no topo das paradas. É possível que isso se repita nos EUA e em alguns outros países da Europa. Por algum tempo, mas é. Aconteceu com outros astros que o Show Biss americano produziu. Para ter uma idéia, basta dizer que ainda hoje existem pessoas que não acreditam na morte de Elvis. E que Michael foi considerado maior que este.

Mas o que é realmente interessante é acompanhar o que acontecerá daqui por diante. Tomara que não, mas é muito mais provável que a luxúria tome conta de quem ficar responsável pelo espólio. O interessante é reconhecer as ações das pessoas naquela situação e reconhecer as nossas próprias reações naquelas que são as pessoas que buscamos nos espelhar. Os ídolos, às vezes, são tão iguais uns aos outros...

Igual à gente que não teve o seu "minuto de fama". E nisso, vamos esperar que as coisas fiquem melhores. O lado ruim é que a maioria das pessoas não vai prestar atenção nisso ou, prestando, não vai se reconhecer diante do espelho.

Ao contrário do que possam pensar, isso não é música nem show biss. Isso é filosofia. Precisamos nos reconhecer diante de uma situação para que não critiquemos aos outros por um ato que não temos conhecimento. Precisamos nos conhecer mais e melhor.

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