segunda-feira, 1 de junho de 2009

Vida custa R$ 500 em Portel

Ontem, mais um escândalo maculou a imagem do Estado. Durante o Fantástico, revista de domingo, como prefere ser chamado, o jornalístico da TV Globo, mostrou a cidade de Portel. Distante 18 horas de barco de Belém, é um município do arquipélago do Marajó. Pobre, não há atrações locais a que se esperar, a não ser o turismo sexual. O repórter filmou tudo. Está na internet, eu acho. Primeiro a mãe pediu R$ 10 para que a filha fizesse sexo com o repórter. Depois, pediu R$ 500 para que ela fosse embora com ele. Para onde quiser!!! Gravado, depois o repórter aparece inquirindo a mãe. Está lá, no vídeo, que ela oferece a filha. Mas, em seguida, ela diz: "Eu nunca venderia minha filha". Mentira deslavada: Como uma pessoa pode sobreviver da venda de cervejas em uma cidade tão pobre quanto Portel?

Simplesmente não dá para ser assim tão honesto nessa situação. De onde vem o dinheiro para comprar o pão nosso de cada dia? De onde vem a receita da conta de energia? De onde vem o bônus da féria do passeio do final de semana? Lógico que não vem da venda da cerveja, né? Vem mesmo do comércio dos filhos para serviços sexuais. O cidadão não está nem ai se isso não é uma coisa, digamos assim, ética. Quer prazer e paga para isso, não se importando com a vida humana. Aliás, quem se importa, não?

Talvez ninguém se importe mais com ela. Nanhuma manifestação foi feita em favor dela que emanasse do povo. Nada do que era esperado ser feito foi feito. É como se nada mais valesse a pena, como se as guerras pelas quais lutamos diariamente não tivessem mais nenhum sentido de se continuar... Culpa da falta de vergonha da oposição em não pedir o impeachment do presidente quando era para ter pedido. Quando estourou o escândalo do Mensalão, o presidente deveria ter caído. Mas se não cai, houveram vários momentos que poderia ter sido feito. Então o país perdeu a moral. Não se pode mais acreditar que quem quer que seja, ao cometer desvio semelhante, tenha a obrigação de cair. Estamos entrando em uma época negra da vida humana, como se o próprio satanás estivesse governando este planeta, sem que Deus conseguisse mandar em nada.

Será que ainda podemos fazer alçguma coisa para mudar esse nosso dia-a-dia, que mais parece com uma via-crúcis de sofrimento e descortesia? Será que ainda podemos esperar um novo amanhã, sem dores, sem frio, sem exageros, de mais respeito à vida?

Para falar a verdade, eu acredito que, desse jeito, só se esperarmos de Deus. Só ele, meus caros, é que pode devolder algum sentido à esta vida louca que vivemos hoje. Só ele para acabar esse sofrimento que macula a vida, que fere a moral, que constrange, acaba.

Senhor, venha ao teu reino!

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