quinta-feira, 23 de abril de 2009

Colunista despresa a justiça!

Esta semana li em uma coluna social de um jornal local que os deputados e senadores deveriam se ocupar com a reforma agrária para que o MST não agisse assim como está fazendo. O titular do texto afirmou que se fazia "terrorismo" contra as ações no campo. Parece que ou defende algum dos lados, é conivente com alguma coisa, ou então não sabe o que diz.

Todos sabemos que o MST não é apenas uma organização social, senão um grupo de criminosos que vaga por ai por sede de sangue. É um grupo armado, que não quer saber exatamente de assentar mais e mais trabalhadores sem terra, senão de ganhar mais e mais poderes para fazer sua revolução camponesa. Prova disso é a recente invasão da fazenda Espírito Santo e a manutenção de reféns dentro da propriedade. Depois a troca de tiros recomendava que a ação não partia unicamente de soldados da polícia. Eles têm um grupo que faz a sua comunicação, que busca mostrar um movimento humano, como se não houvesse a imprensa para divulgar suas ações (o que não é segredo para ninguém), de gente faminta, que não tem um pedaço de chão para plantar. Meu Deus, se isso é verdade mesmo, como esperamos que seja, porque partem para o conflito com as pessoas?

Este senhor que escreve sua coluna, que não é exatamente o público a quem se dirige esta nota publicada no jornal, certamente não deve saber disso. Como vê a vida passar da janela do seu apartamento (ou da sua casa), observando apenas o lado belo da vida, acha que tudo o que os jornais, do qual ele mesmo faz parte do corpo redacional, publicam tem uma fonte que quer apenas publicar o outro lado. Assim sendo, todas as matérias publicadas tanto nos jornais quanto na TV são inventadas. O MST, portanto, não é um grupo criminoso (e assim deveriam tratar todos os pertencentes à este grupo).

Bobagem. Busquemos a fita que mostra como foi o caso de Eldorado dos Carajás. Quem atacou quem? Os guardas estavam cumprindo ordem judicial, para o qual, caso desobedecessem, seriam eles mesmos os apenados, presos. Ainda assim, mesmo armados, reagiram estes à fúria dos invasores quando atacados por paus e pedras? Foices e martelos? Talvez até armas maiores, pois isso a imprensa não mostrou. e creio que é o que têm, pois os fazendeiros tem proteção de seus próprios comandados com armas de fogo em seu poder e munição. Como se entregam assim, sem haver baixas no grupo invasor?

A Governadora é obrigada a tomar alguma iniciativa que seja, porque o faz por assim determinar a lei. Esta, por enquanto, ainda não é vista como inimiga, ainda que permeiem os escândalos da sociedade, ainda que existam os fatos que tornem o judiciário questionável. Mas ainda assim questiona a autoridade (moral ou outra qualquer) do poder judiciário, não cumprindo com suas decisões de reintegração de posse. A legalidade da posse das terras foi decidida. Não cabe à governadora falar que é certo ou errado após a decisão. Cabe apenas cumprir.

E o colunista do jornal, onde fica na história? Do lado errado, creio eu, defendendo os criminosos, aqueles que precisam de armas para fazerem suas ações. Nâo sabem agir por meio do diálogo, como caberia a qualquer homem sensato. O grupo da senadora Kátia Abreu, no Senado, corre pelo lado legal, inferindo que o mandato da governadora, agora, é questionável, pois não cumpre decisões da mais alta corte e contribuindo para que as más notícias corram soltas desta terra até os confins do Brasil e do mundo. Está, neste ponto, tão sujeita à justiça quanto qualquer um.

Ao senhor que escreve estas sandices, pelo menos procure saber mais sobre o que defende. OU então torne-se partidário de um dos lados da contenda, tendencioso que isto torna a ser, tanto quanto eu tomo partido nela, ao me declarar defensor da lei e, por tanto, defensor da cassação daqueles que tem mandato eletivo e são contrários à ela, como parece ser a governadora Ana Júlia. E a prisão dos Sem-Terra.

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