quarta-feira, 1 de abril de 2009

É primeiro de abril. Mas não é mentira

Hoje é primeiro de abril. Porém, o que parece uma mentira, é a mais pura verdade.

Vocês lembram do post sobre a falta de segurança que assolava os moradores de uma travessa aqui no bairro do Marco, a Barão? Pois é. Ontem, na esquina com a avenida Duque de Caxias, havia uma guarnição ali, guardando um logradouro particular. Isso, porém, parece não resolver o problema da segurança, pois que, por volta da meia noite, uma outra guarnição resolveu aparecer. O detalhe mórbido é: para trafegar pela rua, a viatura precisou ligar as sirenes, como quem avisa: "ei, eu vou passar".

Não se trata nem de desrespeito à lei do silêncio que vigora a partir das 22h, mas de espantar os bandidos para poderem "executar bem" seu trabalho. Ou seja, será que a polícia é paga mesmo para que os cidadãos possam ter segurança? Ou será que eles trabalham para dar segurança ao bandido?

Ultimamente, temos visto a inversão de valores. E não é de hoje. Faz tempo que vemos nas notícias de televisão bandidos tomando conta dos espaços públicos. No Rio de Janeiro, as favelas cariocas já não contam com a proteção do estado. Em muitas regiões metropolitanas, em alguns lugares, os bandidos já dão a última palavra. Conivência do poder público ou as contratações via concurso público estão elegendo pessoas que aceitam receber ordens dos criminosos.

Em Belém, alguns lugares já contam com segurança reforçada: os bandidos chegaram a tal ponto de valentia que usam de fuzis de guerra para controlar o tráfico em suas bocas. A polícia sabe? Bom, se faz a ronda pelas ruas, deve saber. Ali, já pode se tratar já de conivência dos próprios moradores, uma vez que, por darem guarita aos bandidos, contam com a segurança de que outros bandidos não pousarão na área. Ou seja, a polícia já não dá mais segurança. E vez por outra eles se mobilizam para ganharem aumentos.

E com isso as drogas correm soltas. A polícia finge que patrulha e os cidadãos fingem que tem proteção. Nada que se prove de fato. E com isso nada muda nesse país. E olha que temos mais de 4200 novos policiais militares, contratados pela sra. Ana Júlia. Contrata-se mais políciais para termos mais violência.

Para quê gastar dinheiro com segurança se não vemos esse efetivo protegendo o que devem proteger constitucionalmente? Sendo um efetivo militar, eles nem têm direito a questionar ordens superiores. Haja vista que os soldos são baixos, ainda assim há muita gente fazendo concurso para ocupar as vagas disponíveis, um pesadelo filmado em Tropa de Elite.

A segurança do povo está em xeque. Os policiais, não. Quando não podem ganhar um aumento em seus salários, arranjam um jeito de aumentá-lo. E assim, em vez de policiar as ruas, param em carros de cachorro quente e levam boa parte do lucro dos donos, comendo o lanche sem pagar. Não sei se é o caso daquele logradouro da Barão, mas parece ser o caso da João Paulo II, próximo à Humaitá. E, quando o dono do negócio fechar por ali, não haverá mais viaturas pela Avenida.

E assim ainda pagamos mais em impostos do que qualquer benefício que possamos ganhar em troca. Ninguém reclama, pelo fato de ser um governo dito popular, que de popular não tem nada. E a vida segue. Sem mel. Com o fel que sobra...

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