sexta-feira, 17 de abril de 2009

Intervenção na economia e a crise do capitalismo

Parece irreal que um presidente afirme, com todas as letras, que o Estado deve gerir a economia e os líderes do Banco Mundial aprovem a idéia. É insano que as pessoas defendam um modelo social de gestão, contribuindo para a "privatização" dos direitos e dos deveres. Pois isso aconteceu na reunião da WEF (sigla para Fórum Econômico Mundial), que se realiza no Rio de Janeiro. A defesa do socialismo deveria ser deixada para a "internacional comunista" ou ONG's de esquerda — e não para os líderes mundiais ou mesmo os banqueiros.

Para o presidente Lula, a economia deveria estar intrinsecamente controlada pelas "forças produtivas" e, como o presidente não concebe que essas forças sejam algo diferente do estado, então ele defende a estatização de tudo. Nesse sentido, perdem a razão de ser os partidários do PSTU e do PSol. Se o presidente quer mais estado em um momento que este não tem condições de se autossustentar, então significa o fim do que podemos chamar de democracia.

É bom lembrarmos que a crise do capitalismo começou devido a intervenção do estado na economia. O ex-presidente americano Bill Clinton mandou que se abrissem as portas da economia à pessoas financeiramente inaptas. Começaria ali o aumento no fluxo de crédito aos mercados. Porém, como havia a possibilidade de calote às empresas, os bancos não abriam mão de receber a mais pela emissão de crédito. A isso, deram o nome de Sub-prime, pois pagavam juros diferenciados, o oposto do crédito prime, que quase não os pagava.

Agora, porque essa crítica é um exemplo que deveríamos nos apoiar? Primeiro porque o governo não tem condições de sustentar a economia como um todo sem que haja perdas significativas para todos. As necessidades de comunicação não retrocederiam, mas os mercados teriam que se adaptar para menos Internet, por exemplo. As necessidades de exportação de minérios não retrocederiam. A indústria da construção não retrocederia... Enfim, retrocederiam apenas os direitos do cidadão, porque o estado negaria conceções em troca de crescimento econômico. Mas nós sabemos como termina esta história.

Hoje, o mundo desfruta de relativa calmaria nos mercados. O Brasil um pouco mais que os outros porque fez ajustes antecipados em sua economia. O Proer, muito criticado pela esquerda, foi um desses bons exemplos. Porém, ainda não fizemos tudo.

Deste o final do governo Fernando Henrique, temos acertado na escolha dos presidentes do Banco Central. Armínio Fraga, Pedro Malan, Henrique Meireles. Boas escolhas que só fortalecem a imagem da nossa economia. Mas, quando defendem que o Estado pode mandar e desmandar na economia, falam grego em um mercado que não entende grego. Isso gera instabilidade. Insegurança. O problema é que o mercado aceita isso pela crise criada pelos governos.

Onde vamos chegar? Talvez no inferno.

Lembram do plano Cruzado e do confisco da caderneta de poupança? Sabia que isso está em votação no congresso? Uma proposta de lei para confiscar, oficialmente, todo o dinheiro de quem tem mais de R$ 7.000,00 depositados, mesmo que a origem seja limpa, proba, qualquer recurso superior a esta margem poderá ser confiscado pelo governo se a tal lei for aprovada. Será que você quer que isso aconteça?

Segundo o governo, o dinheiro iria para "questões sociais". Será mesmo que irão? Se todos os recursos maiores que os R$ 7 mil tiverem que voltar para os governos, é como forçar uma indústria ao trabalho, sendo que o patrão seria o governo federal, que pagaria apenas R$ 7000 pela obra toda, além do salário dos funcionários. O prejuízo brutal da empresa ficaria com os acionistas, que teriam que fechar. Resultado: Desemprego em massa.

O pior viria depois, com os trabalhadores recebendo algo equivalente a R$ 350. O que pode ser pior? Pior é você não ter liberdade mais para nada. Pior é você ter confiscada a sua casa depois de ter trabaçhado durante tanto tempo, economizado seu dinheiro para pagar tudo e, da noite para o dia, o governo entender que outras pessoas têm mais carência e devem ficar com o seu imóvel. Isso para não passar do exemplo do imóvel.

Pense nas infinitas possibilidades que um governo desses trariam para a sua vida. Até ela eles poderiam decidir. Ou seja, você pode perdê-la apenas por pensar diferente. OU seja, este blogger seria um dos candidatos ao paredão, podendo morrer fuzilado, enforcado em praça pública, afogado, queimado, cortado...

Eu é que não quero imaginar isso...

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