segunda-feira, 13 de abril de 2009

editorial da Veja

É mentira quando pregam que a melhor coisa a se fazer em época de crise é dar valor ao estado máximo apenas porque ele tem a chave do cofre. Quando uma empresa recorre ao Estado, porque ou ela fez alguma besteira ou ficou sem clientes, evidentemente que a culpa não pode ser repartida com o mundo inteiro. Ainda que isso custe milhares de empregos.

O chefe do executivo federal, o Presidente da República, não pode unicamente prescindir de fiscalização apenas porque uma crise de gripe séria toma conta do mundo. Senão corre risco de fazer ainda pior do que os outros que ficam na dependência dele. Imagine: Obama, gastando US$ 1 tri, resolverá a crise apenas porque ele está gastando este valor??

É claro que não. Quem acha isso deveria pensar mais um pouco.

Se todas as empresas do mundo precisassem de US$ 10 bilhões cada para manter os empregos, o governo simplesmente mandaria imprimir papel moeda para emprestar dinheiro à esse pessoal? Claro que não. Isso geraria uma hiperinflação que comeria o dinheiro instantaneamente. Mas o mercado poderia aceitar parte da inflação apenas para manter o dinheiro circulando? Esse dinheiro não teria metade do valor porque ele não se paga!

A idéia de que apenas a "limpeza ética" nos livra do abismo da vergonha em que estamos é, por si, uma grande verdade. Só mesmo uma ficha limpa, seja ela na política ou na polícia, pode nos livrar da pobreza. E nisso há a concordância com Civita, no editorial da edição da revista desta semana. O ideal é voltarmos a defender as virtudes do liberalismo econômico.

Ela norteou o mundo a na era Reagan, com privatizações e transparência. E, em última instância, vão galgar nossa posição de destaque. Usar recursos públicos em para o enriquecimento de alguns é sensacionalismo. Você está matando um pobre para sustentar um rico. Melhor criar condições para que o estado gaste ainda menos, de forma mais qualitativa (assim como deve ser os gastos em uma empresa e em um lar) pois assim todos ganham. Ganham as empresas mais responsáveis, ganham as pessoas que gastam ainda menos com governos e podem pleitear maiores salários, ganham os governos que tem mais ar para respirar.

Esta semana, mais uma péssima notícia: O governo precisa cortar os investimentos em R$ 50 bi. E cortar essa montanha significa cortar salários que significa cortar vendas, que significa cortar mais verbas. E quem será beneficiado, nas áreas em que não se pretende fazer cortes, são os "socialmente dependentes", ou seja, aqueles que deveria prescindir de pagar um salário porque eles dão mais gastos. Se ganha por terem um filho, fazem outro para ganharem mais. Se ganham por dois, fazem um terceiro, gerando mais gastos do governo e apenas inchando a bola de neve. Um dia serão tantos que simplesmente não se terá mais funcionários porque o dinheiro secou para salários e investimentos.

Mas isso não é o pior. Pior é quando os filhos, já grandes, precisarem do aparelho do Estado na forma de escolas, hospitais, emprego... E o estado, superinchado, não tiver condições de criá-las. Ficará, portanto, engessado.

Precisamos que o estado mínimo seja repensado, de forma a se retomarem as privatizações. Não precisamos de cabides de emprego e sim de pessoas qualificadas, melhores escolas com melhores professores (que não digam "faça a prova errado que o outro aluno cola errado"), médicos (e não assassinos mercenários, como os de alguns PSM's), engenheiros (e não como os construtores do Pallace 2), advogados, juízes... Gente com mais conhecimento que possa fazer nossas riquezas intelectuais se multiplicarem — e não a burrice, como temos visto há tempos.

Precisamos de vários Rui Barbosa, reconhecidamente conhecedores do código de leis e com bastante habilidade política. Ou vários Roberto Campos na economia e política. Elevando a nossa capacidade. de pensar, refletir e aplicar o conhecimento que tanto defendemos. Não faz sentido simplesmente cobrar por mais para nós mesmos se não somos capazes de produzir mais.

São valores que deveríamos defender todos os dias, sob pena de termos que aceitar a cruz que pesa sob nossos ombros de "país em desenvolvimento", ou então ficar elogiando o presidente quando ele fala: "Seremos um país que empresta dinheiro para o FMI". Precisamos de mais investimentos internos em qualidade e não externos em quantidade.

É hora de sacudir a poeira e dar a volta por cima.

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